Setembro amarelo: crochê, a terapia feita à mão

A depressão é uma das doenças mais perigosas que existem pelo simples fato de ser uma doença silenciosa. Apesar dos inúmeros casos de depressão na população, ainda há muitos mitos sobre ela que frequentemente é associada a falta de vontade, fingimento, fraqueza e até falta de caráter. O medo deste estigma impede muitas pessoas de buscarem ajuda seja por vergonha ou até mesmo por desconhecimento dos primeiros sintomas.

E é a falta de conhecimento e a procura pela ajuda, que leva resulta em 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Buscando uma forma simples de ajudar, o mês de setembro, que ganhou o título de Setembro Amarelo, é tão importante.

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente a campanha e o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10.09).
O autocuidado não é uma tarefa fácil, ainda mais se tratando do atual momento em que estamos vivendo em meio a pandemia da Covid-19. Mas pequenos gestos podem fazer diferenças significativas. A prática do crochê é um deles e pode contribuir para a saúde mental. Coincidência ou não, o Dia do Crochê também é comemorado neste mês, no dia 12, e é uma atividade vista ainda com pouco entusiasmo pelos jovens, principalmente no universo masculino.

O crochê, assim como o tricô, tem aparecido ultimamente junto ao termo da meditação ativa, que trata de técnicas criadas para desacelerar. Uma maneira de organizar a mente no caos, no meio da desordem.

Mas como o crochê pode ajudar e contribuir para o bem-estar? “A repetição dos pontos e os movimentos finos, mas que de certa forma oferecem uma cadência e ritmo, fazem com que a mente relaxe, os pensamentos fiquem livres e posso afirmar que minhas melhores ideias vêm quando estou fazendo crochê”, afirma Catharina Oliveira, professora e fundadora do Crochê Moderno Handschool, escola online de manualidades modernosa.

O crochê mudou a vida de Catharina, que é adepta dos trabalhos manuais há mais de 10 anos. “Posso dizer que é a ferramenta que mais funciona nos meus momentos de ansiedade e bloqueio criativo. O crochê foi meu aliado e minha muleta em diversos momentos desconfortáveis de mente cansada, stress, ansiedade e depressão. Ter algo para se conectar com as mãos e ver um objeto tomando forma por sua conta é, além de tudo, muito satisfatório e prazeroso, então é um ciclo completo de benefícios, os quais eu conscientemente usufruo diariamente” complementa a expertise no assunto.

Fonte: http://vogue.globo.com/